Thursday, June 14, 2007

Idade Moderna

Quatro tendências na Teologias:

–Mística (Nicolau de Cusa, Mestre Eckart)
–Humanismo (Eramos de Roterdão, Marsílio Ficcino, Pico della Mirandola)
–Reformismo
–Continuação da Escolástica (chamada “via antiqua”; agora o manual é a Suma Teológica; relevo para as Escolas de Salamanca e de Coimbra, na origem do direito internacional)

Um prof. de Coimbra:
FRANCISCO SUÁREZ (1548 - 1617), jesuíta, professor da Faculdade de Teologia da Universidade de Coimbra a partir de 1597. Considerado um dos mestres do direito internacional (depois de Vitória e antes de Grotius), escreveu diversos tratados, como Principatus Politicus (ed. princeps, Coimbra, 1613), De Legibus (III, 1-16), De Fide, De Bello, De iuramento fidelitatis, etc. No tratado sobre as leis aborda os temas: o principado político ou soberania popular, a lei natural, a obrigação da lei, a lei natural, o direito dos povos, a escravatura, o poder civil, a obrigação política, o juramento de fidelidade e a lei positiva canónica.

Mundo em mudança

•Portugal conquista Ceuta (1415)
•Queda de Constantinopla (1453)
•O monge agostinho Martinho Lutero (1483-1546) afixa as 95 teses (31-10-1517)
•Inácio de Loyola (1491-1556) e os jesuítas (1540)
•Concílio de Trento e a Contra-reforma (1545-1563)

Nominalismo

Quebra-se a harmonia tomista

- Radicalização da crítica à razão (na linha de Boaventura e João Duns Escoto)
- Guilherme de Occam: só podemos conhecer o particular; os conceitos universais não passam de nomes.
- A perda de confiança na razão conduz ao fideísmo
- "Devotio moderna" e a “Imitação de Cristo”
- Caminho aberto para o empirismo

Boaventura (1217-1274)

As ideias do franciscano Boaventura:

- Contemplação e iluminação divina em vez do esforço racional da criatura)
- Meditação em vez de argumentação
- Oração em vez de ciência: os que pensam não rezam; os que rezam não pensam

Obra fuhndamental: “Itinerário da alma para Deus”

Tomás de Aquino (1225-1274)

•Discípulo de Alberto Magno
•Influência de Aristóteles por via de: Avicena e Averróis
•Pensamento profundo e sistematizado
• “Boi mudo”
•Místico: “Foram-me reveladas coisas tais que tudo o que escrevi me parece agora inútil”
–"Summa contra gentiles" (Contra as pagãos, ateus, judeus e muçulmanos, à luz da razão natural);
- "Summa theologiae" (para principiantes em teologia!)

Resumo do pensamento de Tomás sobre Fé/Razão
•O conhecimento filosófico e religioso devem coincidir, porque a noção de que podem existir verdades contraditórias é absurda e destrói-se a si mesma. Existe um domínio do conhecimento que pode ser atingido quer filosoficamente quer através da revelação (ex.: existência de Deus); Contudo, existe um domínio mais vasto de conhecimento que apenas pode ser alcançado através da filosofia (como o conhecimento da estrutura do mundo natural) e um domínio do conhecimento apenas atingível através da revelação (ex: a encarnação e a Trindade).

Dois grandes tipos de teologia

Teologia monástica:

  • No Mosteiro
  • À volta do abade
  • Campo
  • “Lectio Divina”
  • Meditação
  • Expoente: S. Bernardo (séc. XII); Boaventura (séc. XIII)
  • Grande contributo: Quádruplo sentido da Escritura:
    –Literal
    –Alegórico
    –Moral
    –Anagógico (místico)

Teologia escolástica:

  • Na Catedral, ou na escola episcopal
  • Bispo e ordens
  • Na cidade
  • “Disputatio”
  • Pregação
  • Expoente: Pedro Abelardo (séc. XII; sobre a o amor por Heloísa clicar); Tomás de Aquinp
  • 1ª escolástica (Abelardo): justificação lógica dos enunciados da fé
  • Pedro Lombardo e as “Sentenças” (quatro livros)
  • Teologia manualística
  • “Quaestio”
    –pergunta / resposta
    –problema / solução
  • “Disputatio” discussão entre vários mestres
  • O método de S. Tomás
    –Videtur quod (Parece ser que – apresentação do disparate)
    •Primum (1º fundamento)
    •Secundum... (2º fundamento)
    –Sed contra (objecção-base)
    –Dicendum quod (tese a defender)
    •Ad primum (ao 1º fundamento responde-se que...)
    •Ad secundum (ao 2º fundamento responde-se que...)

Santo Anselmo

•Um italiano na Inglaterra

•"Monológio" e "Proslógio"

•Argumento ontológico (“razões necessárias”)

“Mas “o ser do qual não é possível pensar nada maior” não pode existir somente na inteligência. Se, pois, existisse apenas na inteligência, poder-se-ia pensar que há outro ser existente também na realidade; e que seria maior.
Se, portanto, “o ser do qual não é possível pensar nada maior” existisse somente na inteligência, este mesmo ser, do qual não se pode pensar nada maior, tornar-se-ia o ser do qual é possível, ao contrário, pensar algo maior: o que, certamente, é absurdo.
Logo, “o ser do qual não se pode pensar nada maior” existe, sem dúvida, na inteligência e na realidade”.